terça-feira, 22 de março de 2011

Indagação cultural...

Há muitas atitudes a serem tomadas quando o assunto é cultura, implico em dizer que as pessoas ainda não entenderam o que é um DJ.
Seria obvio eu dizer que DJ toca musica eletrônica, DJ de axé? Eu desconheço. Não que eu tenha algo contra mais não me adaptei ao funk e axé, mais caso me virem dançando por ai não se espantem.
Fiquei desventurado quando toquei em uma boate com uma estrutura encantadora, em uma cidade no interior de minas, mais com publico deplorável, pessoas muito bonitas porem desprovidas de cultura. Entrei em estado de choque quando me pediram para tocar axé e funk, como já dito anteriormente nada contra ao estilo só não me adaptei, havia pessoas no local que estavam curtindo muito, e cheguei a receber elogios do estilo, das musicas, e comentaram que e legal ouvir o que eu tocava  e não  funk.
Mas parei de tocar e veio um outro DJ e logo começou aquele batidão do funk, e as pessoas se jogando, mas um tempo depois quando voltei, começou o tumulto, uma mulher gritou toca funk, a outra põe chupeta, e veio um rapaz simpático e disse toca musica de homem, eu muito educado disse a ele, você adivinhou,  eu não toco musica de homem, eu toco musica para pessoas com sentimento e cultura, e hoje poucos homens tem isso principalmente nessa cidade.
Finalizando, agradeço muito aos proprietários do estabelecimento foram muito agradáveis, aos amigos  Daniel, Arthur, Cesar e outros que sempre que podem me acompanham nessa jornada incansável, e aos fãs que vão estar sempre no meu coração Thiago e Bruninho,  mas foi muito desagradável passar por uma situação igual a esta, e suplico vamos aderir a musica eletrônica, e por favor leitores não me peçam pra tocar funk nem axé porque o que eu tenho a oferecer é muito mais do que chupeta.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Web Radio Mix Tronic

Convido a todos a acessarem essa radio que tem uma programação sensacional...

Baixem meu set Burn This Dj

http://www.4shared.com/audio/fsCWvOT9/set_burn_this_dj.html

dj junior

Todo DJ já sambou ( livro sobre DJs )

“Todo DJ Já Sambou”  é um livro nacional muito bom da jornalista Claudia Assef. O livro é mais direcionado para quem não é DJ e quer conhecer melhor a profissão / atividade, por um ângulo cultural e não técnico. Porém o livro também é excelente para quem quer ser e até para quem já é DJ e não tem uma boa cultura sobre o assunto. Não sou um crítico literário, mas devido ao conhecimento acumulado ao longo de anos na área de DJ e música, durante a leitura, percebi que é um livro com excelente conteúdo cultural que fala sobre a história do DJ no Brasil. Com o livro “Todo DJ Já Sambou” os iniciantes poderão conhecer situações variadas e obstáculos de mercado através de relatos, entrevistas e opiniões de vários renomados profissionais e também de que maneira muitos começaram nesta atividade/profissão. Mostra e fala de DJs de diversos ritmos, com perceptível destaque para a cena eletrônica. Leiam..

O que é um DJ?


Posso falar por diversos ângulos o que são os DJs. Em um super resumo, os verdadeiros DJs, na sua fórmula e essência originais, são pessoas que adoram música e se tornam estudiosos, analistas e críticos musicais, ou seja, são profundos conhecedores musicais de forma técnica e cultural dentro de um ou mais ritmos e / ou estilo. Os DJs possuem diversas habilidades desenvolvidas na tentativa e erro através de vários anos quebrando a cabeça ou desenvolvidas em alguns dias, semanas, no máximo em alguns poucos meses, dependendo da dedicação, disciplina e maturidade, após um treinamento adequado, bem coordenado e dirigido.
DJs bons de verdade são praticamente “psicólogos” (informais) de públicos, pois são analistas / estudiosos e conhecedores de comportamento / reação de públicos / eventos quanto a música sua sonoridade, estrutura e quanto a efeitos sonoros.
Os DJs bons de verdade têm excelente consciência sensorial auditiva e várias vezes mais sensibilidade, reflexos e percepção auditiva quanto à estrutura e sonoridade musical do que pessoas que ouvem muita música, mas não passaram por um treinamento especial adequado.
Apesar de ter algumas coisas em comum, a “visão”, percepção musical, ferramentas, dentre outros, dos DJs são diferentes de outras especialidades técnicas profissionais da música como músicos / instrumentistas, produtores musicais e outros. Existem muitas particularidades até mesmo entre tipos / especialidades de DJs. Para saber mais sobre o que são os DJs, sugiro que leia a série de artigos sobre o assunto neste site, onde a atividade DJ é classificada de diversas formas, quanto a equipamento, especialidades e outras.
Hoje só o fato de a pessoa saber sincronizar e mixar músicas não pode mais ser caracterizado ser um DJ, muito menos bom de verdade, pois atualmente muitos mixam impecavelmente bem, porém não têm uma das principais habilidades e característica de um DJ de verdade: o conhecimento e domínio de público. Infelizmente, distorcendo a figura do verdadeiro DJ, devido a falta de conhecimento, habilidade e maturidade técnica profissional adequada, a grande maioria toca sets / seqüências e faz mixagens / viradas extremamente programadas, ensaiadas para não errar na transição, perdem a flexibilidade e / ou não tem / adquirem habilidade para “manipular” o público de forma adequada. Muitos não sabem e / ou têm medo de mudar a estratégia dentro de sua “especialidade” musical, tipo de evento e / ou ”casa noturna”, caso o comportamento do público não seja o esperado. É bom lembrar que a função principal de um DJ é divertir, alegrar um público, dentro de uma ou mais especialidades musicais principalmente de acordo com o perfil deste público, evento, boate clube e / ou outros.
Portanto, como deu para perceber, o DJ de verdade é um apaixonado por música e possui um conjunto de diversas habilidades mentais, sensoriais e físicas, desenvolvidas através de treinamento adequado ou quebrando a cabeça ao longo de anos, e as utiliza juntamente com seu conhecimento técnico e cultural musical para divertir as pessoas

Promoters imaturos e mal preparados

Existem muitos promoters competentes e preparados, porém exatamente como acontece no mercado DJ, muitos são aventureiros e oportunistas. Em outras palavras, não têm um mínimo de conhecimento, preparo adequado, maturidade técnica profissional, bom senso, coerência, não conhecem / não sabem classificar os diferentes tipos de públicos / eventos, ritmos, os diferentes tipos / especialidades de DJs, e conseqüentemente não sabem compatibilizá-los com o evento / casa / festa. A grande maioria dos promoters, assim como muitos outros tipos de profissionais, em especial os DJs, se guia por mitos e falsos conceitos. Muitos têm um "cadastro", uma agenda com um monte de endereços de e-mail, mas não o administra corretamente.
Quanto aos DJs, a maioria dos promoters quer moleza. Muitos querem que os DJs tragam seu público pois não sabem reconhecer um talento e compatibilizá-lo ao seu evento. O DJ pode sim, e até deve, levar seus seguidores se já os tiver, para ajudar a bombar ainda mais, porém divulgar e encher o evento são funções e obrigações dos promoters, organizadores e responsáveis pelo evento. Caso contrário, o que ele fez? Um promoter bom de verdade sabe escolher e compatibilizar os DJs com o seu público / evento / festa / casa, mas infelizmente a grande maioria não tem esta habilidade. Imagine se um DJ que viaja para todo lugar tiver que se preocupar em levar seu público?
Para fazer um trabalho muito bem feito, assim como o DJ, o promoter deve trabalhar com o que gosta e encontrar seu público, composto por quem gosta do que ele gosta. Deve escolher o DJ que lhe agrade e convidar pessoas que tenham um perfil / personalidade próximo ao seu. Se for um promoter mais técnico, racional, imparcial, sem interferência pessoal / emocional deve tomar muito cuidado, deve ter um bom conhecimento sobre comportamento de público, uma lista muito bem organizada de DJs e de tipos de públicos. Promover eventos sem gostar muito do estilo pode levá-lo (a) a cometer erros gravíssimos quanto às compatibilidades citadas neste material. Este tipo de trabalho é mais difícil do que quando se trabalha só com o que gosta, quando público, DJs e evento têm seu jeito, sua personalidade. O ideal é evitar se aventurar, trabalhar com tipos de eventos que não tenham sua personalidade / perfil e / ou atirar para todo lado, pois a curto prazo isso pode até gerar um dinheirinho, mas a longo prazo pode queimar o nome e / ou impedir que construa uma identidade / personalidade técnica profissional. Para moldar uma identidade e tornar seu nome referência e "sinônimo" do que faz, do seu trabalho, o ideal é se especializar em determinado tipo de evento. Se for mais de um, que sejam tecnicamente próximos.
Os eventos devem ser melhores classificados e apresentados / divulgados, para que cada um procure o que realmente gosta - seja música clássica, eletrônica, popular brasileira, axé, underground, mainstream, comercial ou qualquer outro tipo, gênero, ritmo, estilo, época, pois assim, cada pessoa escolheria / buscaria o seu rumo na noite, ou seja, buscaria o que quisesse ouvir e / ou dançar. Mas infelizmente a maioria dos promoters só sabe imitar, têm preconceitos, se baseiam em falsos conceitos e quase todas as casas e / ou eventos da cidade são muito parecidas, não têm personalidade própria. Sem falar nas “misturebas” sem coerência.
Na realidade, nas grandes cidades, como a maioria das capitais do Brasil, deveriam haver casas noturnas e eventos para todo tipo de público. Deveriam haver casas e eventos ecléticos, especializados em apenas um ritmo e até casas especializadas em apenas um estilo que possua público suficiente para manter a casa. Existem diversas possibilidades, como por exemplo, algumas casas terem eventos, noites e / ou ambientes especializadas em diferentes ritmos e / ou estilos, dentro do seu perfil. Com mais opções de diversão todos ganhariam, pois mais pessoas sairiam para se divertir, cada um do seu jeito, tornando a cidade mais animada, divertida e até mais segura. Em se tratando de diversão, o Rio de Janeiro no final da década de 80 e início da década de 90, tinha muito mais opções do que na primeira década deste milênio. A cidade tinha muito mais movimento quanto a casas noturnas e shows. Vejam exemplos de New York e São Paulo onde há eventos dia e noite para quase todos os gostos / "tribos".
Para se tornar um bom promoter deve fazer um estudo, observar e analisar o comportamento do público em relação às músicas e aos DJs. Deve também buscar conhecer o gosto dos presentes em sua lista, pois existem diversos perfis, podendo montar vários tipos de públicos / eventos. Conhecendo os principais perfis de sua lista poderia convidá-los de forma mais acertada, evitando conflito entre públicos de perfis muito distintos entre si, quanto à música, tipos de eventos e outros. Isso contribuiria com o sucesso do evento, com a formação do seu perfil / personalidade / identidade profissional e com sua credibilidade em relação a quem você convida. Deve buscar ser criativo e inovador, mas com coerência e bom senso.
Querer impor, forçar de forma artificial que as pessoas curtam o que elas não curtem, não funciona. Para ser um bom promoter deve tirar por si próprio. Deve também procurar enxergar o seu evento com uma visão mais crítica, pela ótica de quem será convidado / seu público, para poder compatibilizar tudo de forma mais adequada e precisa.

Este assunto é muito longo e eu poderia até escrever um livro, mas infelizmente este não é o meu foco.